13 de set. de 2009

Lembranças.


Lembro-me de quando eu era criança. Minha memória só começou a arquivar as coisas quando eu tinha uns, sei lá, três anos. Tudo era imenso ao meu redor. Ficar na “cacunda” de meu pai era o maior barato, me sentia o super-homem e eu adorava. Lembro-me também de toda minha infância na casa de vovô. Nossa! Era bom demais ter toda aquela criançada na rua dele me chamando para brincar. Assim que eu chegava, não dava nem tempo de tirar as coisas de dentro do carro, era uma euforia só. Jogava bola, empinava pipa (não fui muito feliz nesse dia, pois meu avô quebrou a pipa toda), jogava bola de gude... Sujava-me o dia todinho pra que quando a noite caísse tomaria aquele banho e corria para a “rua conversar com os meninos” feito gente grande. Era bom também quando íamos à praia. Era todo final de semana e emendava pela noite em um restaurante com todos os amigos e compadres de meus pais, meu apelido era “camarão”. Lembro-me bem de um dia estar com meu primo Joãozinho na praia e de repente nos perdemos de todos os nossos responsáveis e ele perguntou ingenuamente: “Hesíodo! Cadê nossos pais?” Até hoje nós rimos disso.

Ah! tempos bons... que não imaginava as responsabilidades de ninguém e muito menos as minhas. O tempo se passou, a vida deu outro rumo para a história de cada um e todo aquele encanto que tinha das pessoas passaram a cair como uma maquiagem no rosto de alguém que chora. Meus pais se separaram, meu vô morreu, , minha mãe virou “pãe”. Hoje sou filho de pai ausente e de mãe presente em todas as circunstâncias de minha vida. Tenho um bonito irmão (verdade que muito imaturo ainda, mas um dia vai ficar pronto). Amigos? Digo que tenho muitos, mas os de verdade são poucos assim como todo mundo. Dá até pra contar nos dedos! De ídolo tenho apenas um e graças a Deus é de minha família, mas se encontra no andar de cima. Carrego com muita honra o seu nome e sobrenome pro resto da vida, esse foi meu maior presente assim que nasci, apesar de todas às vezes soletrá-lo quando alguém me pergunta como se escrever. Como ser humano e respeitando a contradição dessa raça, não tenho o direito de afirmar e apontar os que erraram e os que acertaram. Mas nossas vidas são como um efeito dominó: o que vivemos hoje é pura conseqüência do que foi feito ou do que não foi feito. Talvez se não fossem alguns erros e acertos do passado, eu não seria a pessoa que sou hoje e nem teria a oportunidade de ter conhecido pessoas maravilhosas e também desnecessárias na minha vida.

Bom mesmo era quando “mainha” me levava para a escola.

Por Hesíodo Góes
Fotos: Hesíodo Góes

2 comentários:

Anônimo disse...

Hesíodo, também tenho váriasssssss lembranças de quando era criança. Meu pai, às vezes, junta os filhos e conta alguma história!! Eram sim tempos bons, mas outros entraram no lugar. São fases!!! O melhor é ter a certeza de ter aproveitado cada uma delas. A infância eu aproveitei demais.

Camila disse...

Ai que epoca boa é a infância.
Lembro das viagens com meus irmãos, das festas de aniversários repleta de primos e de 'Natais' com familia reunida e presentes debaixo da cama.

:*