18 de nov. de 2009

Sonhos frustrados, destinos cruzados. Realização profissional em foco.






Por Hesíodo Góes
Fotos: Hesíodo Góes


Estabilidade financeira e ser feliz profissionalmente. Esse planejamento de vida é o que todos querem, mas nem sempre lutam para conquistá-lo. Não por falta de vontade e garra, mas pela vida mesmo que acaba levando o indivíduo a outros caminhos inimagináveis, pois os caminhos são seguidos irregularmente através dos destinos que nós mesmos escrevemos.

Sempre ouvimos falar de pessoas que se deram bem na vida por muito pouco feito em sua trajetória profissional e universitária. Aí nos perguntamos: onde está meu merecimento, após sofrimento e noites de sono perdidas pelo estudo?

Essas divagações são constantes na vida de universitários, profissionais, trabalhadores e sonhadores de uma vida melhor para si e para os seus.

Sandra Dias é um exemplo de decepção e renovação. Ela se formou em relações públicas em 2005, pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e nunca trabalhou na área como profissional, apesar de já ter estagiado durante um ano no exército. “O curso é muito bom, mas me arrependo de ter feito pelo simples fato do mercado de trabalho ser muito restrito e a vaga de um relações públicas estar sendo ocupada por pessoas não qualificadas para tal serviço”, salienta.

Desiludida com a profissão, um ano após ter se formado, fez intercambio em Londres onde passou sete meses estudando inglês, mas como o dinheiro dela e dos pais eram curtos, teve que trabalhar para se manter como faxineira em lojas e escritórios, através de empresas terceirizadas. Segundo ela, uma ótima experiência de vida.

Em 2006, iniciou curso de dois anos na Unibratec de desenvolvimento de software, concluiu em 2008, mas apenas deu aulas para crianças em colégios municipais do Recife. Pois bem. Cansada, decidiu a partir daquele momento, dedicar-se exclusivamente para concursos públicos. “Hoje sou concurseira”. Em pouco mais de um ano estudando, passou em seis concursos, foram eles: porto de Suape- estivador, CPRH- passou em 3º lugar, SENAC- em 20º lugar, Infraero- 9º lugar, Ministério da Justiça- 9º lugar e Prefeitura de Ipojuca- esse não se sabe em que colocação, mas foi classificada. Todos os que ela concorreu foram para nível superior. Não foi convocada para nenhum ainda. A ansiedade é imensa. Segundo ela, como a concorrência no setor privado está cada vez maior e a estabilidade é inversamente proporcional, a saída é concurso público. “Faço concurso, não porque gosto e sim pela necessidade”, raciocina. “Primeiro atrás do dinheiro e depois do sonho”, conclui. Seu sonho é agregar estabilidade financeira trabalhando como relações públicas concursada.

Um outro exemplo de perspicácia e perseverança é de Vildeane Borba, hoje professora substituta da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ela dá aula para os mais variados cursos, desde os de saúde aos de comunicação. Mas não foi fácil chegar aonde ela chegou. Antes de entrar na universidade, fez vestibular para engenharia civil, não passou. Depois tentou turismo e também não foi feliz na prova. Decidiu então, ingressar mais facilmente na universidade fazendo o vestibular para biblioteconomia. “Decidi esse curso porque a concorrência era baixa e passando poderia fazer um concurso interno chamado ‘ingresso extra-vestibular’, onde eu poderia passar para qualquer outro curso da área VI, nesse caso turismo, pois era o que mais queria”.

Mas, no mesmo ano de ingresso na universidade, ela começou os estudos no antigo Centro Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco (Cefet-PE) para o “tão sonhado” curso de turismo. Segundo ela, a fixação em turismo era pelo fato de conhecer lugares, novas culturas e aprender novos idiomas. “Mas, experiência, através de estágios, me fez perceber que a realidade não era a esperada, me senti desiludida pelo fato de trabalhar finais de semana e feriados sem um retorno financeiro satisfatório”, frisa. Mesmo assim, concluiu o curso técnico no Cefet.

Após a experiência frustrante, Vildeane passou a se dedicar mais ao curso de biblioteconomia, não mais querendo ser turismóloga. Fez estágios na área, participou de serviços prestados em organização de arquivos e projetos. Após se formar, como todos ex-universitários, se sentiu ansiosa em como seguir sua vida profissional a partir daquele momento. Trabalhou seis meses como estagiária em um laboratório de pesquisa vinculado ao departamento de ciência da informação na UFPE. “Mesmo formada, aceitei esse estágio com uma bolsa de R$300,00; no intuito do meu crescimento intelectual e troca de experiências na área de bibliotecas digitais”, salienta.

Hoje, após muita dedicação nos estudos, tem o título de mestra e foi aprovada em dois concursos para professor assistente na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), esperando apenas ser convocada. “A ansiedade atormenta, devido a minha realização profissional. Mas espero daqui para o final do ano ser chamada”, conclui. Em sua opninião, a satisfação profissional agregada à estabilidade financeira é de suma importância para qualquer ser humano.

Esses foram exemplos simplórios de como é difícil conquistar seu território no tão concorrido cotidiano profissional. Sem contar as dificuldades de pessoas humildes e que não tem tantas condições e muito menos meios para se conseguir algo. Nesse caso a criatividade reina. Não importa a quantidade de sonhos a serem realizados, se todos nós fizermos um roteiro de como começar e tivermos um meio de como fazer isso, a certeza é de grande sucesso e de qualidade de vida exemplar. Mas, o principal caminho é o estudo e dedicação.

3 comentários:

Unknown disse...

Parabéns pelo excelente texto. Conhecer mais a trajetória de pessoas como estas só nos faz sentir mais orgulho de podermos chama-la de amiga(Vildeane. E nos inspirar a nunca desistir por mais ardua que seja nossa caminhada.

Unknown disse...

Ótimo texto! Acompanho a luta das duas e realmente sei o quanto elas batalham! Vildeane, Sandra e Hesiodo, desejo sucesso ao três!

Anônimo disse...

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