10 de nov. de 2009

VIOLÊNCIA

Não conseguimos fugir, não conseguimos nem ao menos esquecer por alguns instantes que ela faz parte de nossas vidas, tanto é que a banalização da vida é uma rotina. As coisas acontecem naturalmente como a água que cai em nossa garganta quando sentimos sede.

É ex marido que mata filha do atual marido da ex esposa, pelo simples fato de não aceitar a separação. Vizinho mata vizinho com sete tiros, por não baixar som da sua casa. Universitária sendo humilhada por colegas de faculdade, por estar usando um “vestidinho vermelho”, e como se não bastasse, a diretoria da universidade decidiu expulsa-la.

Mãe joga filha de 6º andar de um prédio e outras jogam filhos recém nascidos de pontes e em lagoas. Fora as que jogam na parede, as que espancam e que as usam para pedir dinheiro em semáforo tentando atingir o emocional dos motoristas. Sem contar os pais que usam crianças como símbolos sexuais e assim por diante. Cheguei a ver uma notícia de um homem que estuprou uma recém nascida. Não acreditei.

Engraçado é quando os políticos afirmam que estão “lutando para o fim da violência”, que estão “trabalhando para o fim do tráfico de drogas no Brasil”. Usam esse discurso porque soa melhor aos nossos ouvidos.

É melhor escutar isso do que a verdade:

- Estamos tentando, mas não conseguiremos acabar com a violência nem tão cedo.

Ou então:
- As drogas sempre existiram e não vai ser agora que ela vai acabar.

Mas, na realidade, não adianta achar um culpado para um mal que começa em nós.
Mesma coisa é julgar alguém por corrupção e fazermos parte dela, em geral, passivamente.

A violência realmente é muito fascinante, Renato Russo estava certo. Se ele estivesse vivo, sobre o que ele iria profetizar? Não é de hoje que esse mal existe, não sou o primeiro e nem muito menos o último a transcrever esse assunto medonho. Mas, agora entendo quando ele afirma nos écos sonoros, que ninguém quer saber em amar ao próximo, isso se tornou "demodé".



* “Essa justiça desafinada
É tão humana e tão errada
Nós assistimos televisão também
Qual é a diferença?”
*Letra da musica "Baader meinhof blues", Legião Urbana.
Por Hesíodo Góes
Foto: Hesíodo Góes

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